Com o tema “Resistência: a força da nossa existência” o Caprichoso celebrou as lutas dos povos da Amazônia e do mundo. O bumbá encerrou a segunda noite (sábado, 01 de julho) do Festival Folclórico de Parintins e busca o bicampeonato. Foi uma noite de denúncias, valorização e celebração da inúmeras batalhas sociais.
A primeira alegoria apresentou como lenda Amazônica o “Veleiro Cabano”, baseado em contos de antigos moradores da região do Uaicurapá, interior de Parintins. “Em noites escuras, os pescadores temem sair para a labuta com medo de cruzar com o navio iluminado, um mistério que amedronta os moradores da região. Seu Ademir, morador da comunidade do Uaicurapá, jura de pé junto que o seu pequeno barco foi perseguido por um veleiro fantasma”. A alegoria do artista Gereca Pantoja trouxe a rainha do folclore, Cleise Simas.
Como noite de resistência, o Caprichoso defendeu, na Figura Típica Regional, “Os Quilombolas da Amazônia” para mostrar a força do povo negro através de diversas manifestações artísticas e culturais. A porta-estandarte, Marcela Marialva, chegou na arena pelas mãos de São Benedito, um santo negro.
Um dos momentos mais emocionantes e representativos foi o rito de resistência “Hutukara Yanomomi”, toada de Ronaldo Barbosa, que denuncia o drama do povo Yanomami agredidos por garimpeiros, extrativistas, invasores e a fome. A encenação preparou a arena para a cunhã-poranga Marciele Albuquerque, que é ativista indígena, e os tuxauas.
Para encerra apresentação, o Touro Negro celebrou o ritual indígena “ Iniciação Munduruku Marupiara”. É a festa de consagração do Marupiara (guerreiro) que “marca no seio da coletividade a entrada dos futuros guerreiros”. Ele passa por sete provas mortais até ser consagrado. Na alegoria do artista Kenedy Prata, o pajé Erick Beltrão evoluiu.
Fotos: Pedro Coelho, Arleison Cruz, Alexandre Vieira e Michel Amazonas
Eldiney Alcântara